7 de novembro de 2011

TROMBOEMBOLISMO PUMOLNAR - TEP



Tromboembolismo pulmonar (TEP) ou Embolia Pulmonar (EP), consiste na obstrução aguda da circulação arterial pulmonar pela instalação de coágulos sanguíneos, geralmente, oriundos da circulação venosa sistêmica, com redução ou cessação do fluxo sanguíneo pulmonar para a área afetada. Essas condições inter-relacionadas constituem o tromboembolismo venoso (TEV), no qual, a trombose venosa profunda (TVP) é o evento básico e a TEP, a principal complicação aguda.
  
Os fatores de risco do TEV/TEP são aqueles que proporcionam as condições básicas de trombogênese venosa (Tríade de Virchow): estase do fluxo venoso, lesão ou inflamação endotelial e estados de hipercoagulabilidade. Alguns exemplos de condições clínicas, predisponentes ao desenvolvimento de TEV/TEP são:

Fatores Maiores de Risco (risco relativo 5 a 20)

Cirurgia:
  • Cirurgia abdominal ou pélvica
  • Prótese de joelho ou quadril
  • Necessidade pós-operatória de UTI
Obstétricos:
  • Gravidez tardia
  • Parto cesária, pré-eclampsia, multiparidade
  • Puerpério
Membros inferiores:
  • Fratura
  • Varizes
Neoplasias malignas:
  • Abdominal ou pélvica
  • Avançada ou metastática
Outros:
  • Episódio prévio de TEV
Fatores Menores de Risco (risco relativo 2 a 4)

Cardiovascular:
  • Insuficiência cardíaca congestiva
  • Doenças cardíacas congênitas
  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Trombose venosa superficial
  • Cateter venoso central
Estrógenos:
  • Contraceptivo oral
  • Terapia de reposição hormonal
Outros:
  • DPOC
  • Incapacidades de origem neurológica
  • Tumores ocultos
  • Doenças trombóticas
  • Viagens de longa distância
  • Obesidade
  • Doença intestinal inflamatória
  • Síndrome nefrótica
  • Diálise
  • Doenças mieloproliferativas
  • Hemoglobinúria paroxística noturna
  • Doença de Behçet

Os trombos estão localizados, principalmente, no sistema venoso profundo (81%), sendo que as veias proximais dos membros inferiores (ilíacas e femorais) estão relacionadas com maior risco de TEP. As cavidades cardíacas direitas contribuem com cerca de 19% dos êmbolos, relacionando-se, principalmente, com as cardiopatias dilatadas e isquêmicas e com as arritmias.




 
Tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma entidade clinica comum que resulta em morbidade e mortalidade em um grande número de pacientes. Diagnóstico imediato e correto é importante por causa dos riscos de complicações do TEP e do tratamento com anticoagulantes. A base do diagnóstico é a probabilidade clínica para tromboembolismo pulmonar é o uso do dímero D (quando disponível). No entanto, o diagnóstico específico requer avaliação por métodos específicos de imagem.
 
A introdução da tomografia computadorizada (TC) espiral no início dos anos 90 tornou possível avaliar todo o tórax num curto espaço de tempo, bem como analisar as artérias pulmonares durante o pico máximo de opacificação pelo meio de contraste. Vários estudos demonstraram elevada sensibilidade e especificidade da TC espiral para o diagnóstico de TEP (Remy-Jardin M, Remy J, Deschildre F. Diagnosis of pulmonary embolism with spiral CT: Comparison with pulmonary angiography and scintigraphy. Radiology 1996; 200: 699-706.)
 
A acurácia da TC aumentou ainda mais com o recente advento dos equipamentos de TC espiral com multidetectores que permitem uma melhor avaliação das artérias pulmonares segmentares e subsegmentares. Em diversos centros por tudo o mundo, a TC espiral tornou-se a modalidade de escolha para o diagnóstico de TEP.
 
Os achados característicos de TEP agudo são:
  1. Defeito de enchimento parcial central ou periférico circundado por um pequeno halo de contraste;  
  2. Completo defeito de enchimento com obliteração de todo o vaso avaliado.
Num evento de TEP agudo, as artérias pulmonares quando completamente obstruídas geralmente têm diâmetro aumentado.
 
Possíveis problemas relacionados à técnica, anatomia e à colaboração do paciente podem levar à falsa interpretação nas imagens de TC. Problemas técnicos ocorrem em 1 a 5% dos exames, e na grande maioria são decorrentes de artefatos de movimento em pacientes dispnéicos ou de opacificação inadequada dos vasos pelo meio de contraste.
 
Os relatos da acurácia diagnóstica da TC espiral têm variado de acordo com a técnica utilizada e da população de pacientes avaliados. De modo geral, esses estudos têm mostrado uma sensibilidade de 90%, especificidade de 90%, valor preditivo positivo de 93% e valor preditivo negativo de 94% para TC espiral na avaliação de tromboembolismo pulmonar agudo. 
 
Segue em baixo imagens de Angio-TC compativeis com TEP central envolvendo o ramo direito da artéria pulmonar, com um trombo extenso de cerca de 70mm de extensão longitudinal, desde a bifurcação, que se torna oclusivo no inicio da divisão segmentar desta artéria. TEP à esquerda com envolvimento parcial das divisões segmentares do lobo inferior.